Enredo
Minha sensação é de que esse jogo não desperta o interesse para a história ao seu redor. Por boa parte do jogo, você vai fazer missões com pouca criatividade que não fazem a história andar e, em alguns momentos, você vai progredir e sentir que avançou pouca coisa. É como se estivéssemos assistindo um anime com muitos fillers, enquanto os episódios principais são chatos e desinteressantes. A grande maioria das 30 missões principais carecem de empolgação, exceto algumas poucas delas.
A história de Avatar: Frontiers of Pandora é sobre um jovem Na’vi que foi tirado de sua família quando criança pelos humanos e levado até uma estação de controle com outras crianças da mesma espécie. Após escapar de lá, o protagonista precisa reaprender os costumes de seu povo e juntar os clãs de Pandora para lutarem contra o RDA e o vilão do jogo, John Mercer.
Os filmes não têm histórias super elaboradas, mas entregam algo divertido com seus personagens e seu universo rico. No jogo, não existe nenhum tipo de esforço em tornar tudo muito mais interessante para o jogador. Não existem vilões marcantes, não existem companheiros que te façam se importar com eles ou um enredo que te deixa na ponta da cadeira. Não existe esforço aqui e o resultado é uma experiência narrativa fraca e monótona.
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O jogo tem êxito ao tentar fazer o jogador se sentir um verdadeiro Na’vi. Desde a criação de personagem até descobrindo costumes, como: fazer sua primeira ligação com Eywa, montar o seu primeiro ikran e destruir mechas usando armas Na’vi. São características do filme que são trazidas com sucesso e ajudam na imersão.
Jogabilidade, mundo aberto e gráficos
Boa jogabilidade é o padrão da série Far Cry. O combate não é engessado, o stealth é prazeroso e por aí vai. Eu, honestamente, imaginei que não teria erro em Avatar: Frontiers of Pandora. Não é a mesma equipe que costuma desenvolver Far Cry, mas não achei que o resultado seria tão divergente. O combate é duro e repetitivo, com pouca variedade de inimigos. Um dos exemplos de inimigos do jogo são mechas controlados por humanos e eles são bem recorrentes no jogo inteiro. Uma das maneiras de derrotar mechas (e a mais comum) é que você precisa mirar em pontos específicos da armadura para dar mais dano e, ao fazer isso, o jogo não te faz sentir nenhum tipo de impacto em cada flecha atirada. É um combate muito sem graça e isso serve tanto para os humanos quanto animais que você irá caçar para fazer comidas que vão te dar vantagens durante a gameplay. Além disso, existem sete variações de arma, 4 delas sendo variações de arco e flecha e as metralhadoras, escopetas, etc.
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O mundo aberto não tem muita inspiração também. Existem pontos brilhantes com diversos locais no mapa: locais de habilidade, usinas para destruir, acampamentos pelo mapa para pegar novas missões e coletáveis espalhados pelo mapa. Não é ruim, mas é feita de maneira simples e pouca inspirada como em qualquer tipo de atividade nesse jogo.
Avatar: Frontiers of Pandora tem gráficos incríveis e isso reflete no seu mundo aberto. É notável a fidelidade que a ambientação tem aos filmes e a Ubisoft sempre se supera nesse quesito. É facilmente um dos jogos mais bonitos de 2023. Já os humanos não têm o mesmo capricho e são feitos de qualquer jeito, com expressões faciais ruins. Não seria um problema se a presença dos humanos não fosse tão forte nesse jogo. Os Na’vi são bem-feitos, mas nada tão surreal.
A beleza desse jogo me incentivou a explorar boa parte do mapa voando, porque existem muitos locais belos no jogo. Apesar de ter ficado perdido diversas vezes com o rastreador de missões e objetivos, é um deleite visual explorar Pandora. A travessia é boa e você se sente um Na’vi; seja voando, escalando árvores ou montando cavalos. A escalação é presente em boa parte da experiência e funciona muito bem. Além disso, lá pela décima missão (e a missão é incrível!), você vai conseguir fazer a conexão com seu ikran e voar, sendo essa a mecânica mais divertida do jogo. Voar pelo mapa inteiro com a beleza gráfica apresentada é uma experiência surreal. A trilha sonora faz um bom trabalho em complementar essa experiência.
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A árvore de habilidades é bem recheada, com 6 categorias. Uma delas são habilidades únicas que você encontra em locais do mapa que fazem conexão com Eywa (a deusa dos nativos). As habilidades que são adquiridas com pontos de habilidade (que você ganha ao fazer missões) são simples, nada muito fora do normal. As habilidades únicas são mais interessantes e trazem boas mudanças no estilo de jogo.
Bugs e performance
Tive alguns bugs durante a minha jogatina que foram bem complicados. Tive um específico que ocorreu mais de uma vez durante o jogo, em que os tiros dos humanos atravessavam qualquer cobertura que eu me protegesse. Até mesmo paredes. Tive que fechar o game e abrir de novo para consertar o problema, porque carregar o checkpoint não estava dando certo. Além disso, tive vários bugs visuais. Meu personagem chegou a atravessar o chão e ficou preso, fora os crashes e mais alguns outros problemas.
Os dois modos de performance de Avatar: Frontiers of Pandora funcionam bem no Xbox Series X e joguei em ambos por boa parte do jogo. Os modos são estáveis e tive uma boa experiência no modo performance com pouca perda na qualidade gráfica.
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Vale a pena?
Ao terminar Avatar: Frontiers of Pandora, testei o Far Cry 6 e percebi uma diferença notável em quase todos as mecânicas do jogo. O combate é mais prazeroso com uma boa variedade de armas e com um feeling mais natural em cada arma, feita por um time experiente em desenvolver FPS. O stealth é melhor e os sistema de loot e de objetivos são mais funcionais.
Eu sou um grande fã dos filmes e estava ansioso pelo novo jogo da Ubisoft, então fui conferir o jogo de braços abertos e acabei me decepcionando bastante com a história e mecânicas da jogabilidade. Apesar de ficar apaixonado pelos gráficos, trilha sonora e ambientação imersiva, esses pontos não foram o suficiente para tirar o gosto amargo e exaustivo. Avatar é um jogo mediano que não consegue entregar bons resultados ao se aventurar na fórmula batida de Far Cry.
Avatar: Frontiers of Pandora foi cedido gratuitamente pela equipe da Ubisoft Brasil para a produção dessa análise, a quem agradecemos.
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O jogo foi jogado em um Xbox Series X.
Avatar: Frontiers of Pandora
Descrição
A Ubisoft é conhecida por trazer jogos riquíssimos em ambientação e boa jogabilidade. Então, será que o novo jogo da Massive Entertainment conseguiu entregar uma boa versão dessa fórmula de sucesso? Veja aqui o que achamos!Positivo
- Os gráficos são lindos.
- Boa imersão e ambientação fiel.
- Voar é muito divertido.
Negativo
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- A história é fraca.
- O combate é sem graça e repetitivo.
- Os personagens são fracos e com pouco carisma.
- O design de missões é ruim e sem inspiração.