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Review | Nine Sols é um monumento ao gênero metroidvania

Embora ignorado pelas principais premiações do ano de 2024, Nine Sols é muito provavelmente o melhor indie lançado nesse ano, valendo-se também para essa década. Desenvolvido pela Taiwanesa Red Candle Games, o game foi originalmente lançado apenas nas lojas de PC. Todavia, no dia 26/11/2024 ele chegou também para os consoles, Xbox One, Xbox Series X|S e Xbox Game Pass, estando disponível tanto para ser baixado, como para ser jogado através do Cloud Gaming.

O Jogo é um Metrodvania de ação e aventura, com um foco em sua narrativa distópica. Porém, ele não esconde as suas duas principais inspirações, Hollow Knight, da Team Cherry, e Sekiro: Shadows die Twice, da From Software. Mesclando boas características de ambos, para criar uma obra, no mínimo, magnânima.

Mas antes de, de fato, começar a dissertar sobre os pontos positivos e negativos sobre o jogo. É indispensável passar pela sua desenvolvedora, e o quanto dela está dentro da obra que nos foi apresentada.

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Red Candle Games: Um estúdio com Amor, Suor e Vontade.

Imagem: Divulgação/ Red Candle Games

Você muito provavelmente não conhece de nome a Red Candle, pois não são tão conhecidos como outras desenvolvedoras indies que conseguiram fama nos últimos anos. Porém, caso você goste de jogos de terror, talvez já tenha ouvido falar do primeiro jogo deles Detention. O game de terror em 2D, ficou muito famoso entre a comunidade de streamers em seu lançamento, e foi considerado um sucesso na época, conquistando um bom número de fãs ao redor do globo. A desenvolvedora buscou sempre mesclar elementos da cultura de Taiwan em seus projetos, mas foi em seu segundo jogo que ela quase viu o fechamento de suas portas.

Devotion pegava todas as qualidades vistas no jogo anterior, mas trazia para o 3D, em um jogo em primeira pessoa. Embora com temáticas diferentes, ele nem de longe ficou tão conhecido quanto o anterior, e infelizmente por um motivo político. No jogo, em um easter egg, o nome do presidente chines podia ser visto ao lado do nome “Ursinho Pooh.” E Isso foi o suficiente para que os jogadores chineses ficassem severamente ofendidos, mas além disso, que o governo do país banisse o jogo do mercado local. Mas as coisas escalaram ainda mais, quando o mesmo conseguiu, diante da sua influencia, tirar o jogo de todas as lojas digitais mundialmente. Isso foi um enorme baque para a desenvolvedora, que tentou, ao menos, vender o jogo em seu site oficial.

Mas, mesmo diante de suas qualidades, Devotion trouxe prejuízo a desenvolvedora, que naquele momento quase fechou as portas. Porém, eles não desistiram, e buscaram uma outra maneira de financiar seu próximo jogo, o Crowdfunding. Os fãs, confiavam na capacidade e talento da Red Candle, e decidiram apoiá-la. Com isso, o financiamento coletivo foi um sucesso, alcançando 8 mil e novecentos apoiadores. Foi dessa forma que o terceiro jogo do estúdio, Nine Sols, nasceu.

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Nine Sols: Brutal, Fofo, e Monumental

Imagem: Divulgação / Red Candle Games

Nine Sols é, como dito acima, um Metroidvania de ação e aventura. O jogo se passa em um mundo distópico com estética Taopunk. Com um foco enorme no combate e exploração, mas trazendo à mesa uma narrativa também bem explorada. Lembrando que essa review não terá spoilers, então caso não tenha jogado o jogo, pode ler com tranquilidade, pois nada da experiencia será explanado aqui.

Como dito anteriormente, a Red Candle não têm nenhum medo de mostrar ao público suas principais inspirações, em tudo o que veremos durante a jornada no game. Sekiro e Hollow Knight são inspirações fortíssimas aqui. Com um combate focado em velocidade, parries, e movimento, o jogo vai sim te incentivar a aprender os padrões, para que cada uma das lutas se tornem uma dança. Mas além disso, ele também te incentiva ao máximo a exploração, para que você pense fora da caixa e encontre segredos que as vezes nem parecem estar lá.

Se inspirar não é errado, pelo contrario, Nine Sols é um exemplos disso. Um jogo que mescla ambas as suas inspirações com maestria, adicionando além disso, uma narrativa interessante, personagens com seus próprios segredos e passados, e, principalmente, um mundo violento e brutal, mas que ao mesmo tempo, é fofo e curioso. Vamos nos aprofundar um pouco mais sobre essa parte.

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O Mundo: Violento, Disruptivo e Cativante

Imagem: Divulgação / Red Candle Games

O mundo de Nine Sols provavelmente é um de seus principais protagonistas. A estética que a direção de arte buscou incorporar é a chamada Taopunk, uma mescla da cultura Taiwanesa, e sua visão e construção religiosa, com a desconstrução de um imaginário futurista. Quase como um Cyberpunk, porém, baseada e construída em cima dessa cultura em especifico. E isso gerou cenários fantásticos, diversos, e principalmente, muito bonitos. O jogo sempre busca te permitir apreciar o que é aquele mundo, e o que ele era no passado, até mesmo através de seus personagens, e narrativa.

O jogo, diferente de outros metroidvanias, tem um grande foco em sua narrativa. Nessa história, acompanhamos YI, um ser cheio de segredos, e que na primeira cena do jogo perdeu uma luta que o deixou completamente destruído. Em uma grande queda, ele, de fato, deveria ter morrido. Todavia ele ressuscita, acolhido por um pequeno jovem, diante de algo que ainda não sabemos o que exatamente é. E a partir daí, a história se desenrola, se inspirando em preceitos do mundo real, para explorar as minúcias desse mundo distópico.

A Narrativa de Nine Sols é interessantíssima exatamente pelo fato de construir os segredos dos personagens, suas vontades morais e incongruências, de uma forma bastante coerente. E principalmente, revelar as motivações e segredos desses personagens e mundo no momento certo. O próprio YI é alguém que não conhecemos nada no início da jornada, mas que vamos entendendo seus atos ao longo de toda a jornada sangrenta que acompanhamos. Tudo isso alinhado com outros dois pontos importantíssimos: o combate e a exploração.

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Batalhas e Descobertas: Desafiadoras, Recompensadoras e Difíceis

Imagem: Divulgação / Red Candle Games

Talvez os dois principais fatores de um jogo desse gênero estejam muito, mas muito bem representados aqui: o combate e a exploração. Ambas as inspirações foram perfeitamente escolhidas para cada um desses pontos.

Se o design da obra prima da From Software ainda não foi alcançado por ninguém na indústria, Nine Sols quase colocou seus pés lá. O jogo é rápido, e em muitos momentos você estará gerenciando seus ataques, esquivas, pulos, parries, e o cachimbo que Yi usa para se recuperar. Mas também devo dizer que o jogo coloca alguns outros pontos na equação para construir uma formula que faz jus a sua inspiração, como o arco, os talismãs e outras coisas mais. Embora não seja igual, o combate do jogo da Red Candle é espetacular, e provavelmente o melhor que o gênero Metroidvania já viu.

Além disso, a curva de aprendizado é boa, colocando o jogador para aprender e praticar bastante, antes de te apresentar um desafio de verdade. O jogo possui o Modo Padrão, que é o principal e adequado à experiência padrão do jogo. Além desse, existe outro com o nome de “Modo História”, que te permite tomar menos dano, e escolher o quão forte YI vai bater em seus inimigos. Mas além de lutar ser muito gostoso e desafiador, a exploração também faz seu papel com coerência.

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Como dito acima, o mundo do game é muito cativante, e sua exploração acompanha todo esse ritmo. Embora não reinvente a roda, Nine Sols consegue chamar sua atenção o tempo inteiro, às vezes com coisas que você já consegue fazer, mas ainda não sabe, ou com coisas que de fato você ainda não possui e só conseguirá prosseguir depois. Além do mais, se movimentar no mapa é divertido, pois o game design dos locais são interessantes e não tão longos. Um ponto negativo, porém, é que, em consoles da geração passada, os loadings podem ser um pouco acima do esperado, até mesmo para o gênero.

Conclusão: Uma obra dentre as melhores de seu gênero

Imagem: Divulgação / Red Candle Games

Ainda assim, Nine Sols é um monumento, um dos melhores jogos de 2024, e com certeza o meu Indie favorito, disparadamente. É uma obra coesa, com inspirações claras, mas que é tão coerente, que faz jus a tudo aquilo na qual se inspira, e que se distancia de ser apenas uma inspiração, para trazer uma personalidade própria. Com um dos melhores combates que seu gênero já viu, uma exploração interessante, uma narrativa cativante e muito boa de se acompanhar, Nine Sols ainda entrega uma arte sublime e muito única. O game faz praticamente tudo o que se propõem, de forma clara e com qualidade.

E sinceramente, pode ser colocado dentre o Hall de melhores Metroidvanias da história, pois a Red Candle Games tem muito do que se orgulhar com tudo o que entregou. A Desenvolvedora só tem três jogos, mas já passou por muita coisa, e colocou no mercado três obras fantásticas. Com Nine Sols, sendo, ao menos para mim, seu Magnum Opus, até então.

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Nine Sols
10.0Obra-prima
Descrição
Com um mundo brutal, uma arte fantástica e um combate incrível, Nine Sols se torna uma obra de arte que pode, e deve, ser colocado como um dos melhores de seu gênero.

Positivo

  • Direção de Arte única e fantástica.
  • Combate fluido, desafiador e muito divertido.
  • Exploração cativante e coerente.
  • Mundo e Narrativa muito bem explorados.

Negativo

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  • Loadings um pouco acima do esperado.

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