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Review: Like a Dragon: Infinite Wealth | Uma reverência ao próprio legado

A sequência direta e tão aguardada de ‘Yakuza: Like a Dragon’ finalmente chegou! Com mais um incrível RPG com combate baseado em turnos, a Ryu Ga Gotoku Studios e a SEGA nos trouxeram ‘Like a Dragon: Infinite Wealth’, a continuação das aventuras de Ichiban Kasuga, um ex-yakuza conhecido por seu coração nobre e sua personalidade única, acompanhado de seus amigos e o Lendário Dragão de Dojima.

Em uma jornada carregada de emoção, e que se passa quatro anos após os acontecimentos do jogo anterior, retornamos ao Japão, em Isezaki Ijincho, onde o Herói de Yokohama segue sua vida em busca da realização do seu propósito: reabilitar ex-yakuzas.

Com o desafio de entregar uma sequência a altura do primeiro titulo, que introduziu um novo protagonista, é possível dizer que Infinite Wealth entrega a franquia em seu ápice e ainda se desafia a ir além. Com um jogo extremamente massivo em conteúdo, a RGG Studio conseguiu oferecer uma experiência completa que se preocupa em respeitar o legado da série, fazendo com que até os novos jogadores possam entender o peso que o título carrega. Novamente em uma jornada repleta de intrigas e conflitos políticos, nosso destino dessa vez é o Havaí!

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Em busca da riqueza infinita. (Campanha Principal)

Breve introdução:
Que tal começarmos pelo ponto alto do jogo? Se prepare para uma história longa, cheia de reviravoltas e revelações. Ela se inicia quatro anos após os acontecimentos do jogo anterior, nesse meio tempo muita coisa aconteceu e nos deparamos com um Ichiban Kasuga empenhado em uma missão impossível. Durante o primeiro jogo, acompanhamos um evento chamado de “A Grande Dissolução”, que implicou literalmente na dissolução dos clãs da Yakuza, deixando seus integrantes diante de uma nova realidade, longe do costumeiro submundo. Sendo assim, os ex-integrantes da Yakuza precisaram reaver sua “vida normal” na sociedade, o que foi extremamente dificultado pelo próprio governo Japonês que, por sua vez, impôs uma lei que impedia trabalho legal para essas pessoas pelos próximos 5 anos. Então é aí que entra nosso Herói de Yokohama. Kasuga se sente responsável por essa gente e resolve arrumar um emprego comum na Hello Works, uma agência de empregos, e sua função seria conseguir, em segredo, uma ocupação legal para esses ex-yakuzas.

Seus companheiros também seguiram suas vidas durante esses anos, Adachi abriu sua empresa de segurança privada, Nanba voltou a trabalhar no ramo da saúde (mesmo que de forma paralela) e a Saeko tem seu empreendimento de entretenimento caminhando bem.

Nesse primeiro momento, a história se foca em nos contextualizar e atualizar dos acontecimentos e tudo parece bem parado e sem perspectiva de para onde vai. Com momentos memoráveis nesse início, é muito bom rever aqui como a RGG se preocupa em nos aproximar e compreender os personagens coadjuvantes, nos fazendo dar importância para cada nova situação e, como nem tudo são flores, após uma decepção amorosa, temos um salto no tempo.

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Após esse salto, (quase) tudo parece ter continuado como deveria, até que em um determinado momento tudo começa a desabar em torno de Kasuga, pois ele é acusado falsamente de ser cumplice da Yakuza em crimes e, o então Herói de Yokohama, passa a ser malvisto na cidade, perdendo seu emprego e por consequência seu propósito. Mas a situação não para por aí, pois seus amigos Adachi e Nanba acabam sofrendo as consequências da proximidade de Kasuga, perdendo também seus empregos e adicionando mais um fardo de culpa ao nosso protagonista.

Nesse ponto da narrativa, chegamos ao estado de ponto de partida do jogo anterior, onde nosso grupo de amigos estão sem rumo e com um mistério a ser solucionado em mãos. Afinal, sabemos que as acusações são falsas e as provas forjadas. Então, agora nos resta entender e descobrir tudo o que está acontecendo de fato. É quando o grupo fica sabendo que um clã da Yakuza aparentemente está recrutando novas pessoas. Seguindo esses rastros, nos deparamos com o retorno de antigos conhecidos e revelações que envolvem o jogo anterior.

Na sequência, descobrimos que, na verdade, o que aparentava ser um recrutamento da Yakuza, era um programa para oferecer uma reabilitação para esses indivíduos e Kasuga finalmente tem um pouco do fardo compartilhado. Contudo, o passado continua a persegui-lo e, dessa, vez ele é convocado a acertar as contas com uma pessoa que, até então, ele acreditava estar morta.

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Considerações finais:
E é aí, depois de algumas boas horas de jogo, que nossa jornada realmente começa! Nosso herói é compelido a encontrar uma pessoa do “outro lado do mundo”, no Havaí! Como não é segredo, Kasuga é um imã de problemas, e é nesse lugar desconhecido, com costumes e cultura incomuns para ele, que esbarramos com Kazuma Kiryu e nossa jornada pode, enfim, caminhar!

Como dito anteriormente, a campanha principal de Like a Dragon: Infinite Wealth é extensa e extremamente expansiva, passando por conflitos políticos locais, entre gangues e máfias do Havaí, em uma busca desenfreada contra o tempo. Cada segundo importa, pois nosso grupo compartilha o objetivo com muitas outras pessoas, bem ou mal-intencionadas. Por algumas vezes, você se sente “correndo atrás do próprio rabo”, em que boas horas de jogo são percorridas mas a história parece não andar, o que durante um tempo me pareceu um ponto negativo no enredo.

Conforme a jornada cresce você começa a entender e enxergar o que a RGG queria te entregar com tanta expansividade. São dezenas de horas, com acontecimentos que você julga precipitadamente serem muito importantes e após um tempo descobre que foi apenas uma etapa da jornada. Mas existe algo muito importante em tudo isso, a construção narrativa.

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De novo preciso dizer o quão bem a RGG consegue construir seus personagens e seu mundo. Pois com o tempo, de forma natural, começamos a perceber que cada etapa está ali para agregar o “world building” aos personagens que conhecemos e interagimos. É incrível o quão próximos nos sentimos dos personagens e, por consequência, o quão profundo e real eles parecem, tudo por conta da quantidade massiva de conteúdo disponível, seja através da campanha principal ou objetivos secundários/opcionais.

É muito difícil você não se sentir próximo desses personagens que estão te acompanhando, pois a todo momento, seja durante missões ou no mundo aberto, estão rolando diálogos entre a equipe, seja por conta de um objetivo importante ou algo que chamou atenção de alguém na cidade. Espalhado pelo mundo existem muitos pontos de interesse que desencadeiam um dialogo entre a equipe, você vai se deparar desde conversas sérias até o sabor da raspadinha preferida de alguém. Pode até parecer bobagem ou que estou valorizando mais que o necessário algumas coisas, mas após dezenas de horas, fica impossível não destacar esses pontos.

Nessa extensa jornada, encontramos novos amigos, velhos amigos, surgem novos inimigos, reaparecem antigos e assim por diante. Em determinado momento você claramente consegue ver uma distinção em tons do enredo, onde uma bifurcação demonstra um caminho mais fantasioso, enquanto o outro é mais pé no chão. Como eu disse anteriormente, é um jogo cheio de revelações e uma delas nos fazem pensar sobre a finitude das coisas, sejam nossas relações, responsabilidades e até propósitos. Entendemos que o passado é imutável e o futuro é inevitável, e quando nos damos conta, acabamos imersos em uma narrativa madura que quer nos deixar uma lição: O tempo é inexorável e devemos aproveitá-lo da melhor forma possível e próximo de quem gostamos é fundamental.

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Em meio a cenas engraçadas e brigas entre facções, Like a Dragon: Infinite Wealth, faz questão de se aprofundar no passado da série e trazer para o momento atual, a perspectiva de alguém lutando contra si mesmo e o tempo, na batalha de entender onde é seu lugar e as responsabilidades que possui. Ao mesmo tempo que lida com a jornada do herói, em busca do seu propósito nobre e a salvação do mundo.

Na minha concepção, diferente do título anterior, essa jornada é menos sobre o ponto de partida e chegada, e muito mais sobre o caminho entre esses dois pontos. É evidente o trabalho da RGG em conceber e se empenhar em construir um enredo que nos permitem enxergar de diferentes pontos, desde pequenas frustrações e vitórias, até o processo doloroso do luto. E nisso eles acertam, beirando à perfeição. A campanha principal de Infinite Wealth tem tudo o que jogadores antigos e recentes querem em um título Like a Dragon, e mais do que nunca, consegue agregar um valor imenso a saga, sem deixar de lado suas características tão conhecidas, como seus momentos bizarros e suas cenas de ação incríveis.

Afinal, cadê a porradaria?

Assim como no jogo anterior, o combate é feito por turnos, porém com melhorias significativas. Aqui o posicionamento é fundamental, você agora pode posicionar um personagem dentro de uma área limite, antes de executar alguma ação o que torna tudo muito mais interessante. Sejam as ruas de Ijincho ou os corredores de uma dungeon, o cenário tem importância, pois quase tudo nele é útil em combate. Pois assim que você se deparar com inimigos, é iniciado a batalha no exato local onde você estava, podendo assim utilizá-lo a seu favor.

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Execute um ataque próximo a um inimigo e você causará mais dano, ataque pelas costas para garantir um critico, empurre o inimigo em outros inimigos ou paredes para causar dano extra, ou execute um ataque perto de um objeto no cenário para atingir a cabeça do seu inimigo, seja um cone, uma bicicleta ou até um letreiro comercial. Aliás, vale salientar a variedade de objetos no cenário e seus diferentes efeitos, você pode usar um objeto pequeno para arremessar em alguém, ou um grande para causar dano em área. Além disso, um objeto eletrônico pode causar dano elétrico, uma seringa pode causar doença ou um lança chamas causar queimadura! Isso é hilário e não perde a graça.

O combate em Infinite Wealth é muito satisfatório, pois o dinamismo nele deixa tudo muito mais divertido. Às vezes, você vai precisar agir rápido para conseguir executar um combo, pois assim como seu grupo, os inimigos estão constantemente se movimentando pela arena. Ou então aprimorar seus reflexos, pois pressionar o botão de defesa no momento certo do recebimento de um golpe, desencadeará uma defesa perfeita e reduzirá o dano recebido, ou causará um critico durante uma habilidade de um personagem seu. E assim entramos nas ocupações!

As ocupações nada mais são que as classes que seu personagem pode aderir e, aqui, a variedade se mostra novamente. Pois, além das classes exclusivas para cada personagem, você ainda possui um leque de dezenas de outras classes com características próprias. Opte por uma classe focada em dano, uma equilibrada ou focada em suporte, a variedade delas aqui permite a escolha sem culpa.

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Seus personagens podem ter suas ocupações modificadas a qualquer momento indo até um local especifico no mapa, e cada uma delas tem um nível que se aprimora paralelamente ao nível base de cada personagem. Ou seja, além de subir níveis e melhorar os atributos com base no nível do seu personagem, você pode melhorá-lo ainda mais com base na quantidade de níveis que conseguir em sua ocupação atual. Sendo assim, todos os atributos adquiridos através daquela ocupação são definitivos para o personagem e ele não os perderá, independentemente da troca de ocupação.

Além disso, existem marcos a serem alcançados em cada ocupação para liberar bônus, habilidades especiais e slots para herdar habilidades. Explicando melhor, esses slots permitem que você escolha habilidades que quer manter no seu personagem após trocar de ocupação, sendo assim você pode mesclar diferentes classes e criar uma definitiva, só depende de você!

Agora que já falamos do combate e consequentemente das classes e níveis de personagem, vamos falar da progressão. Aqui vale relembrar um problema que o jogo anterior possuía, que em um determinado momento do jogo, o grau de dificuldade (nível dos inimigos) subia subitamente, forçando o jogador a “grindar” para conseguir prosseguir.

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Nesse novo titulo, isso ainda acontece em momentos que são até destacados por pop-ups de recomendação na tela, mas o jogo te dá meios para que você contorne isso naturalmente ou seja menos trabalhoso. Pois a quantidade massiva de atividades e grupos de inimigos que você encontra pelo caminho são o suficiente para que seu grupo se fortaleça durante aquela etapa.

Se você for o tipo de jogador, que assim com eu, gosta de andar pelas cidades e usar pouco o fast travel, dificilmente se encontrará em uma situação em que os inimigos estão poderosos demais pro seu grupo. Por outro lado, em alguns momentos isso pode se tornar um problema, dependendo do seu gosto, pois algumas batalhas podem se tornar simples demais por conta do seu grupo estar muito forte, ao mesmo tempo, sinto que houve uma preocupação de que, em momentos pontuais, os inimigos compensem tendo mais vida e causando mais dano.

Vale destacar aqui que Kiryu e suas três posturas (alma, técnica e corpo) impactam de forma positiva os combates, pois você pode alternar em tempo real entre elas e causar o estrago que preferir! Como dito anteriormente, o combate em Like a Dragon: Infinite Wealth é viciante e divertido, pois melhora os pontos fortes do titulo anterior e faz adições imperdíveis. Aliás, tudo se torna mais interessante pelo fato do jogo se preocupar em contextualizar essas batalhas e inimigos malucos, já que o protagonista é muito imaginativo e vê o mundo de forma diferente dos demais personagens.

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Um mundo em expansão tem suas vantagens e desvantagens.

Estamos no ponto onde talvez as coisas se encontrem em um misto de níveis de qualidade. A palavra ideal para descrever Infite Wealth é: Expansivo. E isso fica claro aqui da melhor e pior forma. Durante sua jornada você vai se deparar com diversas missões secundarias, são mais de 50 que flutuam muito entre algo bem elaborado e extremamente raso.

Consigo lembrar de diversas vezes esbarrar em missões que levavam a minigames ou histórias divertidas que valiam a pena, ao mesmo tempo que ficou marcado a quantidade de vezes que a missão agregou pouquíssimo a experiência com o jogo. Além das missões que acabam em porradaria, existem outras que nos guiam para alguma alteração de gameplay, quase como minigames, o problema aqui é que, em sua maioria, não é nada muito elaborado e às vezes deixam a desejar na narrativa.

Em suma, é como se o protagonista estivesse sempre entrando do mesmo jeito na missão, na maioria das vezes, substituindo alguém, sendo reconhecido ou só descendo a porrada mesmo. Chega a ser cômico a quantidade de vezes que tudo termina em porradaria. Ok é um jogo sobre isso, mas uma elaborada a mais no roteiro não faria mal a ninguém.

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Por outro lado, há sidequests muito interessantes e com narrativas impressionantes que no fim das contas deixam nítida a intenção de mesclar conteúdo de qualidade com algo básico apenas para ocupar o jogador. Existem sidequests de todo tipo, seja em um tom cômico, sério, galhofa, uma desculpa para descer a porrada em alguém ou às vezes tudo isso junto. Esbarre com um aspirador de pó gigante que saiu do controle, encontre um namorado para sua lagosta Nancy, enfrente escavadeiras descontroladas ou apenas seja um garçom substituto.

É fácil pensar em várias sidequests que marcaram durante a jornada, seja pela extrapolação, pelo absurdo, pelo enredo ou apenas por serem pouco interessantes. O lado bom é que muitas das melhores sidequests acabam sendo guiadas até você pela própria campanha, infelizmente não são todas elas. Mas é engraçado que, apesar de tudo isso, não consigo deixar de recomendar que você aprecie as sidequests de Infinite Wealth. Realmente vão ter algumas que não valerão a pena, mas você encontrará muitas que vão, e talvez você acabe, assim como eu, com uma percepção positiva delas, apesar da consciência de suas falhas.

Conheça seus amigos!

Aproveitando a deixa das missões secundárias, é preciso destacar os Vínculos, missões relacionadas aos personagens do grupo, que essas sim valem cada segundo! Assim como no jogo anterior, cada personagem tem uma história correndo em paralelo com a principal, seja um assunto mal resolvido ou um problema que surgiu. Sendo assim, qual a melhor maneira de resolver essas pendencias, se não, tomando uma! Existe um sistema de níveis de vínculo do protagonista com cada personagem, esse nível sobe em batalhas, conversas cotidianas, ocasionais ou dando presente para eles.

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Anteriormente, eu disse que você acaba entrando constantemente em diálogos com os personagens do grupo, e parte disso é relacionado a pontos de interesse que estão espalhados no mapa. Cada ponto desse ativará um dialogo sobre aquele local, com algum dos personagens da equipe, e meu conselho é: não ignore esses diálogos.

É incrível o trabalho que fizeram para contextualizar os personagens, adicionando gostos pessoais, opiniões sérias e banais, experiências de vida e afins, deixando cada um deles algo único. Com isso você aumentará, ocasionalmente durante sua jornada, o nível de vinculo com os personagens e consequentemente liberando Conversas de Copo, que são momentos extremamente narrativos entre o protagonista e determinado personagem, que sempre levam para um enredo interessante, uma conclusão satisfatória que agrega a sua experiência, além de recompensar você muito bem! Portanto a dica é essa: conheça seus amigos!

Como foi passear pelo Havaí?

Como de costume a RGG tem um capricho incrível na construção do cenário para seus jogos, seja em Ijincho, Kamurocho ou no Havaí! A ideia de um mundo aberto mais contido e atolado de atividades se repete aqui. Os cenários, ruas, becos e afins possuem um nível de detalhe que impressiona. Mas claro, graficamente falando, os cenários não são o ápice dos videogames, mas é comum se pegar passeando tranquilamente por alguma rua enquanto repara nos outdoors e edifícios em volta.

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Assim como no cenário japonês, a preocupação com a ambientação é evidente, constantemente eu parava para observar os arredores, e a opção de visão em primeira pessoa ajuda muito a dar uma outra perspectiva daquele cenário. Aliás, é a hora perfeita para falar da nova adição ao jogo, que agora além de possuir fast travel (táxis), possuímos um Hoverboard, um veiculo elétrico com rodas paralelas que nos ajuda a locomover mais rápido pela cidade. Com ele você pode dirigir manualmente ou selecionar uma rota no mapa e ativar o modo automático, em que ele vai sozinho até o destino enquanto você aproveita tranquilamente a paisagem da viagem (sério, eu fiz muito isso e não me arrependo). Apesar de não ser algo de uso infinito, já que você precisa eventualmente recarregar a bateria dele, é uma adição muito útil e que permite até customização!

Agora que já falamos da ambientação, vamos falar da consequência disso: o level design! Apesar de um mapa repleto de atividades, missões secundárias e inimigos por todo canto, eu sinto que o jogo peca muito na exploração. É possível encontrar um beco sem saída, uma viela suspeita ou uma escadaria que leva para o topo de um edifício, mas na maioria esmagadora das vezes é só isso mesmo, você não vai encontrar muito mais que um item qualquer no chão, uma maleta ou um cofre/baú.

Não espere por um mapa com boa exploração, até por que o cenário do jogo não ajuda muito. Afinal, o que você espera encontrar em um beco sem saída de uma cidade qualquer? Ok, eventualmente você pode achar algo legal ou até problemas, mas não conte muito com isso. Se existe algo que, sem dúvida alguma, eu gostaria que a RGG aprimorasse, é a exploração e o level design.

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Esse problema não se limita ao mundo aberto, mas se prolonga até as dungeons do jogo, que na maioria das vezes não oferece exploração alguma, apenas uma sequência de corredores para se percorrer enquanto enfrenta inimigos. Também é comum cenários que se repetem ou são muito semelhantes, o que acaba tirando aquela magia e deixando tudo com um gostinho homogêneo e sem graça. Eventualmente, você encontra um item no chão ou um baú escondido em uma curva ou atrás de algo, mas eu sei que a equipe de desenvolvimento pode entregar muito mais que isso. Ao mesmo tempo, fica evidente que, em um jogo massivo desse, a escolha de qual batalha enfrentar durante o desenvolvimento, é crucial para concluí-lo.

Ilha Dondoko, um resort para chamar de seu! Ou não…

Quando falo de Infinite Wealth ser um jogo expansivo, eu me refiro a esse tipo de coisa. No título anterior, recebemos um minigame principal que envolvia administrar empresas, algo simples, divertido e viciante que me prendeu por algumas horas. Em Infinite Wealth a aposta foi aumentada, pois o minigame principal trata-se de espécie de “jogo de fazenda”. Por motivos irrelevantes e favorecidos pelo roteiro, Kasuga vai parar em uma ilha chamada Dondoko, lar de algumas pessoas… peculiares. Em tempos passados, essa ilha era um resort administrado por pessoas apaixonadas pelo local, que foi sabotado e destruído, enredo fofo, mas super desinteressante, e como você já poderia deduzir, Kasuga vai ajudá-los a reconstruir o resort!

O looping do minigame trata-se de percorrer a ilha em um ciclo terrível de recolher lixo para juntar materiais para construir coisas, junto a um sistema de combate em tempo real fraquíssimo e um sistema de construção simplório, e temos a Ilha Dondoko: a minha maior decepção com o game.

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A SEGA fez um trailer dedicado a esse minigame e tudo parecia magico e empolgante, afinal, construir meu próprio resort colocando prédios, casas, mobiliários e afins parecia incrível! Mas infelizmente, tudo o que esse minigame faz, ele faz de modo pobre. O enredo é desinteressante e é o que da origem ao combate, que é tão sofrível que me fez desejar que a história simplesmente não existisse. O sistema de coletar materiais consiste em dar paulada em montanhas de lixo, é tão bobo e desinteressante que, com poucas repetições, já fazem você querer pegar o primeiro golfinho de volta pro Havaí. E a cereja do bolo é o sistema de construção, que é um sistema de grid em que cada construção ocupa uma quantidade de quadrantes. O problema é que nada interage com nada, eu constantemente ficava tentando encontrar uma maneira da composição ficar o menos feia possível, e ainda saí insatisfeito.

Por ter visto todo o foco que foi posto nesse minigame, eu me senti na obrigação de acreditar que ele teria algum ganho de escala e eventualmente ficasse melhor. Sendo assim, eu joguei ele por quase 10 horas, subi alguns níveis da ilha e realmente existe uma crescente. Mas simplesmente não vale a pena, existem tantas outras coisas a se fazer em Infinite Wealth que fica difícil recomendar a Ilha Dondoko. Em resumo, eles tiveram uma ideia bacana, com pilares legais, mas fizeram tudo de forma tão simplória e rasa que ficou extremamente repetitivo, cansativo, burocrático e desinteressante.

Que tal uma pausa na jornada? Divirta-se!

Enfim, apesar da decepção com a Ilha Dondoko, existem muitos outros minigames para serem aproveitados. Que tal uma pausa para jogar um Shogi, o Xadrêz Japonês? Ou quem sabe entrar em conflito direto com catadores de latinha em busca de quem coleta mais? Sério, a quantidade de minigames aqui é insana. O mapa é repleto dessas atividades e a própria campanha te encaminha para algumas delas, enquanto outras você acaba esbarrando durante suas andanças. Essas atividades variam de escopo e profundidade, mas quase sempre são divertidas e valem ao menos uma jogada.

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Ocasionalmente, fazer uma pausa para botar o Kasuga ou o Kiryu no Karaoke no estilo “Guitar Hero” é divertido demais, com musicas e performances únicas. É incrível. Constantemente eu me via em situações em que eu parava para brincar na máquina de garra para pegar um ursinho pra presentear alguém, cumprimentando estranhos na rua para criar amizade na rede social ou brincar no fliperama. Vale destacar que nos fliperamas são oferecidos jogos clássicos da SEGA, como Virtual Fighter, SpikeOut e SEGA Bass Fishing, além de uma quantidade considerável de diálogos saudosistas entre os personagens “SEGUISTAS” da equipe.

Ainda quer mais? Por que não tentar um aplicativo de namoro? Sim, existe um aplicativo de namoro em formato de minigame, em que você participa ativamente em conversas com pretendentes e, se for bom de lábia, surpresas te esperam no encontro!

Quer algo mais elaborado? Experimente a Liga Sujimon! Essa é a extrapolação do que já existia no jogo anterior, onde você tinha a “Sujidex”, que catalogava todos os inimigos que você encontrava. Funcionava apenas como um bestiário, para você rever os inimigos que enfrentou, mas em Infinite Wealth eles vão além! Enfrente e conquiste a confiança de Sujimons, forme sua equipe e desafie a Elite de Quatro!(?) Um minigame que possui uma narrativa própria e opcional por trás.

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Experimente tudo que o Havaí e o Japão tem a oferecer, independentemente se é um serviço duvidoso de dublê ou um entregador de comida! Divirta-se!

Infinite Wealth alcançou o que almejava?

Like a Dragon: Infinite Wealth é a expansão de tudo o que o titulo anterior fez, com uma narrativa intrigante que viaja entre o lúdico fantasioso e o pé no chão. Levando pra frente o personagem incrível que é Ichiban Kasuga, ao mesmo tempo que reverencia todo o legado de Kazuma Kiryu, com um enredo que respeita a franquia e tem uma construção quase impecável de seus personagens. Uma sequência cheia de ação e momentos emocionantes, com uma trilha sonora que cai como uma luva em cada cena. Um jogo que tenta ir além em praticamente tudo que faz, mantendo uma constância de acerto invejável, mas ainda não impune de falhas. É, sem dúvida alguma, uma sequência de respeito e um jogo que qualquer fã longínquo ou recente merece!

Vale destacar aqui que o jogo, pela primeira vez, chegou totalmente localizado em Português Brasileiro no lançamento, com um texto adaptado de dar inveja! É bem evidente a preocupação que a equipe teve em adaptar cada detalhe do texto.

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A chave de acesso ao jogo foi gentilmente cedida para realizar esta análise.

Like a Dragon: Infinite Wealth
9.5Excelente
Descrição
Like a Dragon: Infinite Wealth é a sequência da saga de Ichiban Kasuga. Um RPG japonês com combate baseado em turnos, desenvolvido pela Ryu Ga Gotoko Studios e publicado pela SEGA em 2024.

Positivo

  • História incrível.
  • Combate dinâmico e divertido.
  • Conteúdo massivo e de qualidade.
  • Trilha sonora empolgante.
  • Uma sequência imperdível.

Negativo

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  • Peca no level design das dungeons.
  • Exploração no mundo aberto é quase inexistente.
  • Ilha Dondoko.
  • Algumas sidequests pouco inspiradas.

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