Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

Review | Outlaws é uma brilhante jornada pelo submundo de Star Wars

O sucesso de jogos modernos de Star Wars, que majoritariamente abordaram sagas Jedi, mudaram de forma positiva a perspectiva da franquia nesse tipo de mídia para o futuro. Outlaws chega com a difícil tarefa de manter a boa sequência, e, de quebra, com uma proposta totalmente diferente, dando espaço para personagens escondidos e explorando a cultura do submundo desse vasto universo.

Apostando na combinação de protagonista durona e mascote fofo ao estilo The Mandalorian, a nova aventura da Ubisoft Massive chega como um dos jogos mais aguardados de 2024 e, com toda certeza, vem para se destacar entre os grandes lançamentos do ano.

Narrativa e personagens

Ambientado entre os eventos de Império Contra-Ataca e Retorno de Jedi, Star Wars Outlaws tem início em Canto Bight, no planeta Cantonica. Conhecida pela vida noturna de bares e cassinos, a cidade fica bem distante dos focos de conflito da guerra civil galáctica que acontecia na época. Assumimos o papel de Kay Vess, uma jovem ladra que foi abandonada pela mãe e leva a vida cometendo crimes para sobreviver. Junto de Nix, seu fiel parceiro da espécie merqaal, ela parte em uma jornada para um grande roubo que pode resolver a vida deles para sempre, viajando entre planetas enquanto disputa a atenção dos sindicatos e enfrenta o impiedoso Sliro e sua trupe, a Zerek Besh.

Publicidade

Dando um passeio pelo mundo aberto de Toshara | Imagem: Xbox Originals

A narrativa é guiada pelo espírito do submundo, com esquemas, golpes e traições. Em um ponto de vista único, somos convidados a mergulhar em outras facetas que o mundo de Star Wars tem a oferecer. O jogo introduz de forma incrível cada uma das facções presentes, fazendo questão de mostrar as diferenças culturais e pontos de vista de cada uma delas. E vai ainda além, quando em vários momentos permite novas interpretações sobre grupos que já conhecemos, como o Império e a Aliança Rebelde, e os papéis que cada um desses grupos representa para as sociedades interplanetárias.

Com uma premissa direcionada pela busca de tesouros e a fama dos caçadores de recompensa e foras da lei, Outlaws conduz uma experiência sensacional de exploração bandida pelo espaço. Kay e Nix são uma dupla sinérgica e carismática, e as interações entre os dois rendem ótimos momentos. As outras figuras do núcleo principal também são muito boas, como ND-5, um droide BX ranzinza mas sempre preocupado e Ank, uma Chadra-Fan excêntrica e louca por explosivos. O jogo também faz sua parte ao estabelecer personagens com identidades cinzas, o que faz todo sentido para a premissa – não há bem ou mal, apenas interesses diferentes. Você dificilmente sabe em quem confiar, enquanto sempre há uma ponta de antagonismo vindo de algum lado, o que mantém a história interessante e dá espaço para reviravoltas empolgantes ao desenrolar dos acontecimentos. E algumas aparições… farão fãs da saga levantarem da cadeira.

Kay e Nix se divertindo em uma barraquinha de comida | Imagem: Xbox Originals

Jogabilidade

A mecânica de jogabilidade central de Star Wars Outlaws é baseada em abordagem stealth, infiltração e exploração. Seu pequeno amigo Nix consegue interagir com elementos do cenário para distrair inimigos, abrir portas e danificar sistemas de segurança. Ele também pode furtar créditos e itens úteis de NPCs em qualquer ambiente, sendo seu principal aliado em todos os momentos da jornada.

Publicidade

Apesar de usar bem os conceitos básicos de furtividade, a IA dos inimigos aqui não é a das melhores (ao menos na dificuldade padrão), mas nada que incomode muito. O combate direto também está presente, utilizando blaster, granadas e golpes corpo-a-corpo. Há exploração em ambientes abertos e fechados, com saltos, elementos básicos de plataforma e verticalidade. Embora nada relacionado à jogabilidade seja muito diferente do que já conhecemos de títulos semelhantes, é tudo muito sólido e bem amarrado.

Os minigames de hack da Kay são divertidos, pelo menos, nas primeiras horas | Imagem: Xbox Originals

Também há exploração e combate espacial, em que tudo é simples e divertido. As viagens com a Trailblazer entre os planetas usando os saltos hiperespaciais são deslumbrantes. As animações de pouso e decolagem, bem como os visuais em combate com os disparos a laser somados a sonoplastia clássica de Star Wars afloram o sentimento de nostalgia. Durante as viagens, é possível encontrar piratas, membros de facções e até mesmo imperiais em conflitos que você pode interferir, além de pedidos de ajuda de civis ou sindicatos e itens para coletar em áreas de destroços.

Passando pela nébula de destroços no sistema Kijimi | Imagem: Xbox Originals

Uma das minhas partes favoritas do jogo ficou com a exploração dos planetas utilizando a Speeder bike. Por mais de uma vez me peguei andando por horas em alta velocidade, apenas desfrutando das paisagens, apostando corridas e fazendo saltos por aí. Bom demais!

Publicidade

O balançar da vegetação com os impulsos do Speeder é hipnótico | Imagem: Xbox Originals

Progressão e facções

A progressão em Outlaws se dá de várias maneiras diferentes, todas bem temáticas e não muito convencionais – o que eu achei ótimo. Para conseguir novas habilidades para Kay e seus apetrechos, primeiro é necessário conhecer personagens denominados especialistas. Cada um deles domina uma área de conhecimento específica, como combate, invasão de sistemas e Speeders.

Cada especialista tem uma pequena seleção de habilidades, que para serem desbloqueadas, exigem o cumprimento de objetivos, como derrotar inimigos de maneiras diferentes, conhecer mercadores e até mesmo encontrar maneiras de deixar Nix feliz. Alguns upgrades também exigem que você encontre certos itens, que podem ser muito raros e conectados a missões.

Especialistas ficam escondidos pelo mapa, somente alguns estão atrelados a campanha | Imagem: Xbox Originals

As facções representam outro pilar importante do jogo, e um dos mais divertidos. Temos quatro delas: o Sindicato Pyke, a Aurora Escarlate, o Cartel Hutt e o Clã de Ashiga. A reputação com cada uma pode variar de horrível a excelente, o que dá vantagens e desvantagens para Kay. Reputações mais altas permitem explorar áreas das cidades e dos planetas que são fortemente reservadas a cada um dos grupos, além de NPCs que fornecem mercadorias exclusivas e agenciam missões de facção com recompensas maiores. Ter uma reputação negativa com uma das casas, significa perder todas essas vantagens, com o risco de ser abordado por membros delas em várias áreas do jogo, que são comandadas em divisão. Em níveis neutros, o acesso aos locais controlados são limitados, e, caso você seja visto roubando, invadindo ou praticando violência, perderá reputação.

Publicidade

Em destaque, Lady Qi’ra, líder da Aurora Escarlate | Imagem: Xbox Originals

Há momentos de conflito entre facções o tempo todo, e, na maioria das missões, você deve tomar partido para algum lado, o que influenciará em ganho e perda de reputação simultaneamente. Em um dos vários momentos marcantes da minha jogatina, enquanto fazia uma missão secundária para resgatar uma engenheira desertora do Império e levá-la a prestar serviço para a Aurora Escarlate, simplesmente recebi uma ligação de Bib Fortuna quando estava na Trailblazer no espaço, prestes a saltar para o sistema de Kijimi, tentando me convencer a mudar de ideia e levar a moça para servir ao Cartel Hutt.

Como uma mão sempre tem que lavar a outra, cada uma das facções também concede recompensas únicas em cada nível positivo de reputação, incluindo itens raros e equipamentos com aparência temática e habilidades exclusivas, que são bem fortes.

Os itens exclusivos da Aurora Escarlate são lindos – olha esse blaster! | Imagem: Xbox Originals

O Império, por sua vez, opera como cerceador do caos por todos os mapas, o que deixa tudo mais interessante. Caso cometa infrações em áreas e bases imperais, o nível de procurada de Kay vai aumentando progressivamente, ativando eventos difíceis em níveis mais altos como tropas de Death Trooper e naves incursoras.

Publicidade

Missões e atividades

As missões de Outlaws são muito boas e bem variadas, tanto as principais quanto as secundárias. Invadir bases imperiais, explorar lugares antigos e complexos desativados, procurar tesouros e resgatar personagens são só alguns dos exemplos que encontramos durante a jornada de Kay. Você pode acabar indo para o meio de uma floresta tropical em Akiva para conseguir novas peças para seu Speeder andar na água, mas também pode parar em um vilarejo fantasma em Tatooine para ajudar uma xerife a enfrentar uma gangue de Hutts, no melhor estilo velho-oeste!

Quint é uma weequay, xerife, badass e que odeia Hutts | Imagem: Xbox Originals

Também existem algumas atividades secundárias para fazer no jogo, todas muito bacanas. Você pode ir em barraquinhas de comida experimentar novos pratos com Nix, o que inicia um minigame de QTE que desbloqueia novas habilidades para o bichinho. Além das corridas de Speeder que mencionei antes, também é possível apostar em corridas de fathier, jogar partidas de sabacc e tentar quebrar recordes em máquinas de fliperama nas cantinas.

As corridas de fathier podem ou não ter resultados manipulados – tenha cuidado ao apostar | Imagem: Xbox Originals

Ambientação e mundo

Aqui o jogo brilha demais, seguindo os passos de outros jogos da Ubisoft que também se destacam nesse quesito. A ambientação de Star Wars Outlaws é impecável, dando uma dimensão de universo e imersão sem igual. Capitais nevadas, templos antigos, construções colossais do Império, desertos vermelhos, florestas tropicais, vilarejos silenciosos e cidades badaladas são só alguns dos ambientes que encontramos na aventura pelo espaço.

Publicidade

Sentar pra observar a neve cair em Kijimi é reconfortante | Imagem: Xbox Originals

O nível de detalhes impressiona, e as cidades são bem vivas, com uma alta densidade de NPCs. Enquanto explorava, presenciei vários momentos engraçados, como troopers cobrando impostos na casa de um morador que se recusava a pagar e um jovem mancebo na sua frustrada tentativa de se alistar para o Império, como cuidador de animais.

Os trechos no espaço são igualmente deslumbrantes | Imagem: Xbox Originals

Visuais e performance

Graficamente Outlaws não faz feio, e me arrisco a dizer que no conjunto dos fatores, é um dos jogos mais bonitos da atual geração até agora. Com atenção especial para os cenários, que são densos, coloridos, com texturas e animações que ajudam a construir os espaços e um bom sistema de iluminação. A modelagem dos personagens também é boa, embora a sincronia labial durante os diálogos fique devendo um pouco. Curiosamente, o jogo vem por padrão com uma opção visual ativa de barras pretas assim como Hellblade II, deixando a imagem central em uma proporção wide, o que eu preferi – e também recomendo – deixar desativado.

Uma antiga nave imperial abandonada em Toshara | Imagem: Xbox Originals

A performance do jogo é bem estável, e tive poucas quedas de frame, nenhuma significativa. Presenciei algumas inconsistências visuais supérfluas, como serrilhados, pop-ins, inimigos mortos presos em portas e itens que ficavam se mexendo sozinhos. Nenhum deles prejudicou minha progressão ou atrapalhou de alguma forma, mas sim, o jogo possui alguns bugs pequenos. De forma geral, foi uma experiência bem tranquila.

Publicidade

Áudio e trilha sonora

A dublagem original do jogo é excelente, e a versão brasileira não fica para trás, com vozes expressivas e um ótimo elenco. Toda a parte de áudio do jogo é satisfatória, com a pitada de nostalgia que só Star Wars pode trazer: sons de droide, disparos de blaster, propulsores e muitas explosões, tudo fielmente representado.

O som do salto hiperespacial é arrepiante | Imagem: Xbox Originals

A trilha é igualmente bem feita, com referências óbvias ao trabalho primordial de John Williams, especialmente nas músicas do Episódio IV: Uma Nova Esperança. É uma boa mistura de clássico e moderno, que contrasta com a temática do jogo e exerce muito bem o seu papel de imergir o jogador naquele universo. O tema principal, que toca logo na primeira tela, é um deleite à parte – simplesmente épico!

Conclusões finais

Imagem: Xbox Originals

Que época incrível para ser um fã de Star Wars que gosta de videogames. Mesmo mirando no seguro em algumas partes, esse jogo cumpre um papel único: jogar os holofotes sobre um cantinho do espaço que não ousamos explorar antes. Se segurando numa linha tênue entre trazer de volta locações e personagens clássicos e apresentar novos lugares, rostos e até espécies (como o merqaal/Nix), a Ubisoft Massive acerta em cheio ao construir sua própria visão desse universo tão complexo, respeitando o legado da franquia e trazendo novos horizontes sobre aquilo que já conhecíamos.

Publicidade

Com uma jogabilidade divertida e uma narrativa estimulante, mesmo que com alguns clichês, Outlaws representa um novo marco na linha do tempo de Star Wars, mostrando que é possível contar uma boa história, introduzir personagens interessantes e fazer um bom jogo sem a Ordem Jedi e os sabres de luz.

Que os créditos estejam com vocês!

Este jogo foi cedido gentilmente pela Ubisoft Brasil. A análise foi realizada com base na versão de Xbox Series S.

Publicidade

Star Wars Outlaws
9.0Excelente
Descrição
Somando boa jogabilidade, ambientação incrível e uma carismática dupla de protagonistas, Outlaws é uma brilhante jornada pelo submundo de Star Wars.

Positivo

  • Personagens interessantes
  • Jogabilidade sólida
  • Missões variadas
  • Bom sistema de facções
  • Ambientação incrível
  • Narrativa intrigante

Negativo

  • IA dos inimigos poderia ser melhor
  • Pequenos bugs e inconsistências visuais

Deixe um comentário

Sign Up to Our Newsletter

Ritatis et quasi architecto beat

[yikes-mailchimp form="1"]
This Pop-up Is Included in the Theme
Best Choice for Creatives
Purchase Now